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Consumo de álcool durante a menopausa pode aumentar o risco de doenças graves

Durante esse período, o risco de doença cardíaca, o AVC e a osteoporose aumenta

O consumo de álcool com moderação é o segredo para a boa saúde, especialmente para as mulheres que estão tentando minimizar os sintomas da menopausa, de acordo com a especialista em saúde da mulher da Mayo Clinic. O consumo de álcool durante a menopausa pode piorar os sintomas e aumentar o risco de doenças graves, como doença cardíaca e osteoporose, afirma a Dra. Juliana Kling, diretora assistente do Centro de Saúde da Mulher da Mayo Clinic no Arizona.

Uma das maiores reclamações das mulheres durante a menopausa são os sintomas vasomotores, mais comumente conhecidos como ondas de calor e transpiração noturna. Cerca de 80 por cento das mulheres têm ondas de calor e transpiração noturna, e para 30 por cento delas, os sintomas serão severos. As ondas de calor ocorrem devido a uma alteração da zona termorreguladora do corpo. A Dra. Kling afirma que o álcool pode intensificar os sintomas.

“Muitas mulheres descreverão as ondas de calor como se fossem uma ardência que percorre o corpo e que parece ter sido gerada no peito”, explica a Dra. Kling. “Elas estão associadas com o suor e podem ser extremamente incômodas durante o dia, mas também à noite durante o sono.”Os problemas do sono estão comumente associados com a menopausa. O álcool pode dificultar uma boa noite de sono para algumas pessoas,” diz a Dra. Kling.

“Ainda que muitas pessoas pensem que uma taça de vinho possa ser boa para provocar o sono, isso apenas atrapalha a qualidade do sono”, diz a Dra. Kling. “É preciso ficar atento com isso e talvez reduzir ou mesmo eliminar o consumo de álcool antes de ir dormir.”

Durante os anos da menopausa, o risco de certas doenças graves aumenta. Entre elas podemos citar a doença cardíaca, o AVC e a osteoporose. O álcool pode tornar mais difícil manter um peso saudável, o que pode aumentar o risco de certas condições de saúde.

“Muitos de nós não reconhecemos as associações entre o álcool e os resultados prejudiciais para a saúde, como o risco de câncer de mama, bem como a associação entre o álcool e o risco mais elevado de câncer de mama”, explica a Dra. Kling. “Além disso, existem condições como o aumento de câncer colorretal. Diante disso, as pessoas poderão considerar minimizar ou evitar o consumo de álcool.”

As taxas de consumo de álcool entre as mulheres variam ao redor do mundo, de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde.

A Dra. Kling recomenda para as mulheres em menopausa limitar o consumo de álcool a uma dose por dia. Também é preciso levar em conta que diferentes tipos de cervejas, vinhos ou licores podem ter teor alcóolico significativamente variados. A Dra. Kling recomenda observar esse detalhe para garantir o consumo da dose adequada.

Além de limitar ou eliminar o consumo de álcool, a Dra. Kling também recomenda a prática regular de exercícios físicos, manter um peso saudável, ingerir uma dieta balanceada repleta de frutas e vegetais e não fumar.

“Esses hábitos de estilo de vida saudável representam o que há de melhor em termos de ajuda durante a transição da menopausa”, explica a Dra. Kling.

Mitos e verdades sobre a menopausa precoce

Dra. Beatriz Tupinambá explica como isso pode afetar a saúde da mulher

Sensação de calor intenso, dificuldade para dormir, diminuição da libido e oscilações de humor. Todos esses sintomas fazem parte da menopausa, uma fase que acompanha as mulheres por volta dos 50 anos e representa o fim da menstruação e período fértil. Mas e quando esse momento é antecipado? O que desencadeia a menopausa precoce?

A ginecologista carioca, Dra Beatriz Tupinambá,  que também é especialista em longevidade da medicina e reprodução humana, estudou sobre a condição que atinge a 1% da população feminina. “Diante da menopausa precoce, é de suma importância que a paciente comece a tratar pois o fim do período fértil ainda na fase jovem aumenta o aparecimento de doenças como alzheimer e diabetes”, alerta a médica.

Ela separou alguns mitos e verdades sobre o assunto:

Dez dúvidas sobre a menopausa precoce:

1. Fatores hereditários podem influenciar na menopausa precoce.

Verdade. O histórico familiar é importante e pode influenciar nos casos de menopausa precoce. Se a mãe ou as irmãs entraram cedo na menopausa, essa chance aumenta.

2. Nosso estilo de vida tem culpa no cartório.

Verdade. Sedentarismo, má alimentação, tabagismo e estresse são fatores que prejudicam a saúde e desequilibram o nosso organismo. Os compostos químicos do cigarro, por exemplo, alteram a atividade do estrogênio e da progesterona, acelerando o progresso da menopausa.

3. Podemos prevenir a menopausa precoce.

Depende. Hábitos de vida saudáveis podem ajudar a manter as funções do organismo, mas não há como impedir totalmente em casos de fatores hereditários ou uso de alguns medicamentos quimioterápicos, por exemplo.

4. Uso de pílulas anticoncepcionais durante muitos anos é uma das causas da menopausa precoce.

Mito. O uso de métodos anticoncepcionais – sejam contínuos ou não – não antecipam nem retardam a menopausa.

5. Menopausa precoce pode ser reversível (naturalmente ou com tratamento).

Mito. Não há formas de reverter a menopausa precoce. Os tratamentos como a TRH (Terapia de Reposição Hormonal) reequilibram os níveis de hormônio, minimizam os sintomas, mas não recuperam a função dos ovários.

6. Não existe alternativa para quem deseja engravidar e entra na menopausa precoce.

Depende. As mulheres que têm histórico familiar e, portanto, estão cientes de sua predisposição à menopausa precoce podem tomar algumas medidas, como estimulação ovariana, congelamento de óvulos, ovodoação etc. Felizmente, a medicina conta com recursos modernos para realizar o sonho da maternidade por meio da fertilização in vitro.

7. É possível estimar com antecedência a idade que a mulher vai entrar no climatério ou menopausa.

Mito. Não há como precisar essa idade. O que existe é um exame capaz de analisar a reserva ovariana. Sabendo que sua mãe teve menopausa precoce, uma mulher jovem pode fazer o exame anti-mulleriano (HAM) para avaliar se ainda há tempo para esperar por uma gravidez natural, se é hora de ter um filho ou se é o caso de pensar no congelamento de óvulos, por exemplo.

8. Tratamentos contra o câncer e alguns tipos de medicamentos podem acelerar a menopausa.

Verdade. Algumas medicações usadas na quimioterapia podem levar à menopausa precoce (em alguns casos, reversível). A radioterapia, se aplicada na região dos ovários, também pode induzir à menopausa.

9. Histerectomia têm influência no início precoce da menopausa.

Mito. A histerectomia é a cirurgia de retirada do útero e, normalmente, não impede o funcionamento dos ovários. Evidentemente, em casos de histerectomia seguida de ooforectomia – remoção dos ovários, a mulher enfrenta os sintomas da menopausa, uma vez que não terá mais a produção dos hormônios.

10. Nosso comportamento sexual determina o início da menopausa.

Mito. A frequência sexual não tem relação com a menopausa. Ter uma vida sexual ativa e de qualidade é importante e faz parte da saúde da mulher, mas não significa que vai influenciar na produção dos hormônios pelos ovários.