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Governo entrega 366 moradias do Minha Casa, Minha Vida no Recife

Fotos: Diego Galba

Residencial Ruy Frazão, que homenageia militante desparecido na ditadura, abrigará mais de 1,3 mil pessoas

O ministro das Cidades, Jader Filho, entregou, nesta terça (4), 336 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida Entidades, no bairro de Afogados, no Recife. A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou da atividade. Para ela, o programa contribui não só na redução do déficit habitacional, mas também na melhoria da economia do país e na valorização da luta popular.

“Ontem, o presidente Lula terminou a reunião ministerial dizendo que tem obsessão pelo crescimento do país. E crescimento é obra, que gera emprego, renda e, no caso de um teto, um sonho. Todo mundo quer ter seu teto. Com esse programa, Lula resgata três aspectos: o direito fundamental à habitação, o empoderamento dos movimentos sociais e, ainda, garante que a gente retome o crescimento no Brasil”, disse.

Com investimento de R$ 27,5 milhões, os apartamentos do Condomínio Ruy Frazão vão beneficiar mais de 1.344 pessoas. O empreendimento, o primeiro do programa na modalidade que beneficia entidades, é fruto de uma luta de 13 anos do Movimento de Lutas nos Bairros Vilas e Favelas (MLB).

O terreno foi doado pela União ainda no governo Dilma, mas as obras não avançaram na gestão anterior. A inauguração faz parte do esforço do governo federal de retomar obras paralisadas. O condomínio possui infraestrutura de água, esgoto, iluminação pública, energia elétrica, pavimentação e drenagem. Os beneficiários contarão com transporte público, creche, três escolas e posto de saúde.

O residencial atende à faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, que Bolsonaro tinha enterrado. E é justamente a faixa que chega mais junto do povo de baixa renda. Então estamos revigorando este programa que cala fundo na parcela mais carente da população e que revela o esforço da luta do povo. (…) Foi para isso que Lula voltou: para ajudar os mais pobres”, completou a ministra.

Luciana lembrou ainda que o nome do condomínio é uma homenagem da luta social a Ruy Frazão, militante do PCdoB, que foi preso e torturado, hoje desaparecido político.

Fotos: Diego Galba

Na sua fala, o ministro das Cidades falou sobre as metas do Minha Casa, Minha Vida. “A orientação do presidente é que a gente retome as obras e faça as novas contratações. Serão 2 milhões de unidades habitacionais nos quatro anos de governo Lula. Sem falar na geração de emprego e renda. As pessoas que não têm casa, que moram nas encostas, têm pressa”, afirmou.

Coordenador do MLB, Serginaldo Santos lembrou a importância de o programa estabelecer que o título das propriedades seja prioritariamente entregue às mulheres “A gente resistiu bastante. E aqui hoje não se entrega só moradia. A casa é importante? É. Mas a casa guarda muitos outros valores. Um é a independência de nossas companheiras, que hoje têm o direito legítimo de ter a casa em seus nomes”, destacou.

Presente no evento, o prefeito do Recife, João Campos, teceu críticas à ausência de um programa de habitação popular durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e destacou a importância das parcerias com o governo federal.

“Essa é uma parceria a muitas mãos. A luta que está sendo feita aqui hoje derivou de um terreno da SPU (Secretaria do Patrimônio da União), de um programa federal, de uma mobilização de uma entidade popular com a raiz e o sangue do Recife, de uma lei municipal que o companheiro Sileno Guedes – com o ex-prefeito Geraldo Júlio – aprovou em 24 horas na Câmara para não perder o prazo formal, que podia botar o conteúdo do sonho do lado de fora. O que vivemos agora é o que precisamos viver cada vez mais na nossa cidade e no país, com parcerias”, defendeu.

Campos anunciou ainda que equipes de sua gestão visitarão todas as famílias do habitacional para fazer um cadastro que garantirá gratuidade do IPTU. Uma parceria com o grupo Neoenergia resultará na inscrição coletiva de todas as famílias na tarifa social de energia.

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação planeja retomar obras paralisadas do Projeto Minha Casa, Minha Vida

A Secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação Simone Nunes, recebeu na sexta-feira (24) representantes dos sete movimentos nacionais de luta por moradia.

Relançado no último dia 14 de fevereiro, o principal foco do Programa Minha Casa, Minha Vida é concluir obras inacabadas, principalmente na Faixa 1, que atende as famílias mais pobres com renda mensal de até dois salários mínimos. A meta da Seduh é entregar 50 mil moradias, sendo 10 mil delas através do MCMV, com foco na retomada das obras inconclusivas.

Segundo a avaliação da Secretária, a reunião foi positiva para os futuros projetos. “Uma avaliação muito positiva, faz parte do nosso trabalho de conversar com todos para fazer uma construção coletiva do que vai trazer solução para habitação de interesse social no estado de Pernambuco, dentro do programa da governadora Raquel Lyra. A reunião foi ótima, mas a gente escutou todos os movimentos, vamos ter pautas individuais para ter pauta de trabalho, isso não vai ser uma reunião única, nem uma coisa esporádica, a gente vai ter essa diálogo  vai ser permanente para que através dos movimentos, a gente insira nas soluções que vão ser propostas pelo programa de governo, ações que realmente façam a diferença na vida das pessoas e que dê capacidade da gente atingir o maior número possível de pessoas que moram no estado de vulnerabilidade, em área de risco, para a gente devolver a cidadania e o direito à moradia dessas pessoas.”

Para o Coordenador Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto Rodrigo Rafael, o encontro foi fundamental para dar início à reconstrução da política habitacional do estado. “É necessário que haja um consciência da emergência da questão educacional, que a gente trata esses casos urgentes, tanto do ponto de vista de quem hoje está ameaçado de perder sua casa por um evento climático extremo, ou outra questão de despejo, mas eu acho que também projetar um futuro do ponto de vista da política educacional.”