Um artigo publicado na edição de novembro da revista Urology Case Reports conta um caso inusitado: um homem de 27 anos dos Estados Unidos, que não teve o nome divulgado, foi diagnosticado com Síndrome da Doença Pós-Orgásmica (POIS), uma condição rara que causa sintomas semelhantes aos da gripe após a ejaculação. O caso foi registrado por pesquisadores da Universidade de Oakland.
O rapaz procurou atendimento após passar quase dez anos tendo o que ele entendia como crises alérgicas. O problema começou por volta dos 18 anos, com tosse, coriza, espirros, erupções cutâneas nos braços e inchaço das glândulas linfáticas em seu rosto e pescoço sempre que tinha um orgasmo. Ele contou se abster de relações sexuais e relacionamentos para evitar o incômodo.
A Síndrome da Doença Pós-Orgásmica pode causar sintomas como fraqueza muscular, fadiga, tosse, febre, congestão nasal, coriza, espirros e coceira nos olhos, além de problemas de concentração e memória entre dois dias e uma semana após a ejaculação.
Estudos anteriores sugerem que a reação é uma resposta alérgica ou autoimune do organismo ao próprio esperma. Ela pode ser desencadeada após uma infecção ou lesão nos testículos. Quando isso ocorre, uma quantidade microscópica de esperma pode vazar na corrente sanguínea, provocando uma resposta imunológica semelhante ao que ocorre quando um vírus ou bactéria estranha invadem o corpo.
O pesquisador e autor do estudo, Andrew Shanholtzer, explica no artigo que as células de Sertoli nutrem e cercam os espermatozoides, os mantendo isolados das células imunes. Quando elas são danificadas, o esperma é exposto ao sistema imunológico pela primeira vez e causa o ataque.
O paciente passou por urologistas e até mesmo especialistas em ouvido atrás de um diagnóstico. Ele fez exames de imagem dos testículos e coletou amostras de sêmen e hormônios analisados em laboratório, todos com resultados normais. De acordo com os médicos, depois do diagnóstico, houve redução de 90% dos sintomas com a administração de um anti-histamínico de ação prolongada.
Embora a síndrome seja considerada rara, os médicos acreditam que existam muitos casos subnotificados porque os pacientes não procuram por ajuda.
Por.: Metrópoles