Novela
O Festival de Inverno de 2023 acabou, mas a polêmica sobre o evento ainda rende. Ontem, a coluna tratou da disputa política em torno do FIG e da intenção do prefeito Sivaldo Albino (PSB) de assumir a festa, realizada há mais de 30 anos pelo Governo de Pernambuco.
A justificativa do gestor é que o evento deste ano ficou muito abaixo do esperado para todos.
Resultado amargo
O problema teria começado na escolha das datas. Inicialmente, a festa deveria ter começado no dia 13 de julho e encerrado no dia 22.
Ainda não estava confirmado, mas o líder do governo Raquel na Alepe, ex-prefeito de Garanhuns e adversário de Sivaldo, Izaias Regis (PSDB), tentou se antecipar para mostrar força política, anunciou as datas e a informação é de que os hotéis, pousadas e as agências de viagem começaram a se movimentar.
Quando a data oficial saiu, de 21 a 30 de julho, muitas reservas foram canceladas e o prejuízo foi grande.
R$ 5 milhões
Depois, tentando ampliar o período e incrementar o festival, a prefeitura de Garanhuns teria se oferecido para entrar com um investimento que garantisse a contratação de mais artistas.
Aqui é bom explicar que a realização do FIG é do Governo do Estado, através da Fundarpe, mas a prefeitura tem custos que chegam a mais de R$ 1 milhão com logística e alimentação dos policiais, entre outras coisas.
Mesmo assim, o prefeito Sivaldo Albino teria se oferecido para contratar mais dez atrações nacionais, ao custo de até R$ 5 milhões, por conta da prefeitura. A informação é que a Fundarpe não aceitou.
Emendas
Foi por causa disso que o prefeito anunciou a intenção de realizar o festival em 2024 por conta própria e foi o que teria feito com que ele procurasse o deputado Felipe Carreras (PSB). Se for realmente brigar para realizar sozinho o FIG de 2024, vai precisar de dinheiro, inclusive de emendas.
O deputado foi o mais votado na cidade em 2022 e estaria, também, articulando uma aproximação da prefeitura com o Ministério do Turismo em Brasília.
Parece
Durante sua participação no Passando a Limpo, na Rádio Jornal, o colunista Felipe Moura Brasil criticou a maneira como o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), criticou a reação das forças policiais em São Paulo, onde até a tarde de ontem 13 mortes haviam sido confirmadas depois que um traficante matou um policial há alguns dias no Guarujá.
Dino afirmou que “ação da PM em SP não parecia ser proporcional em relação ao crime”. Moura Brasil criticou também o comportamento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) que antes de conhecer os fatos se apressou em dar uma entrevista para justificar a ação e nem sabia direito quantas pessoas tinham morrido.
Para o colunista da Rádio Jornal, na pressa para agradar as bolhas de esquerda ou de direita, os atores políticos estão esquecendo o principal que são os fatos.
Parece?
Tarcísio correu para justificar a ação policial dizendo que oito pessoas tinham morrido ao reagirem contra os policiais. Mas não tinham visto as imagens da ação e só depois descobriu que não foram oito, mas treze mortos.
Já Flávio Dino, um ministro de Estado, com responsabilidades do tamanho de um país com mais de 200 milhões de habitantes não pode declarar nada usando a expressão “parece”. Autoridades não fazem discurso, fazem pronunciamento.
A expressão “Parece” não não deveria estar disponível no vocabulário de um ministro e nem de um governador.
Na prática
O Juntos Pela Segurança, anunciado pelo Governo do Estado esta semana trouxe boas notícias para o futuro, mas pouca coisa prática para os próximos dias e meses e isso deixou muita gente preocupada. O reforço no efetivo depende de concursos que foram anunciados, mas pela burocracia normal só deve ter efeito após as seleções e o treinamento.
Déficit
Isso dá quase um ano. Até lá, será preciso investir em tecnologia para fazer um uso mais eficiente da tropa disponível, mesmo com o déficit de 10 mil homens e mulheres nas ruas atualmente.
Metas
Importante que a população vai poder dar sugestões para o programa, a ser implementado realmente quando a primeira parte da consulta popular for finalizada, no fim de setembro. Depois disso, promete o Palácio, haverá definição de metas, como existia com o Pacto pela Vida, mas serão metas realistas.
Quem cobra
A secretária de Defesa Social, Carla Patrícia, falou à Rádio Jornal ontem e lembrou que as metas do Pacto Pela Vida, como a de redução de 12% no número de homicídios, não eram atingidas há anos.
Outro ponto importante é que haverá metas bem definidas e realistas para outros crimes e esses resultados voltarão, segundo a secretária, a ser acompanhados de perto pela governadora.
Quando Eduardo Campos era governador, o próprio acompanhava e cobrava os resultados. É essa cobrança pessoal que se espera que retorne.