Tag: terroristas

Em audiência, Torres nega ter “dado condições” a atos terroristas

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Anderson Torres afirmou, durante audiência de custódia, que “não deu condições” para que os atos terroristas do dia 8 de janeiro ocorressem. Na data do atentado, o então secretário de Segurança estava viajando aos Estados Unidos, de férias.

“Eu jamais daria condições de isso ocorrer, eu sou profissional, sou técnico e jamais faria isso”, disse o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Jair Bolsonaro (PL).

Na declaração dada no último dia 14, ele destacou que “não pertence à guerra ideológica” que se formou no país. “Essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado, e essa conta eu não devo.”

O ex-secretário está preso na Sala de Estado Maior, no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), em Brasília.

“Tiro de canhão”

Durante todo o depoimento, Torres reafirmou que não teve participação nos atos terroristas. Disse também que foi pego de surpresa pela prisão.

“A audiência de custódia não é o local de falar nada sobre isso, mas quero dizer que não tenho nada a ver com os fatos, isso foi um tiro de canhão no meu peito, eu estava de férias, umas férias sonhadas por mim e pela minha família”, desabafou.

“Eu saio todo dia de casa às sete da manhã e chego meia-noite, desculpe o desabafo, mas sendo acusado de terrorismo, golpe de Estado?! Pelo amor de Deus, o que está acontecendo?! Eu não sei…”, pontua em outro trecho.

Depoimento adiado

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou novo depoimento do ex-ministro da Justiça e ex-secretário da SSP-DF para 2 de fevereiro. Moraes deu mais 10 dias a fim de garantir tempo hábil para a defesa de Torres analisar os autos do inquérito antes do interrogatório.

A Polícia Federal (PF) tinha pedido que o depoimento fosse marcado para esta segunda-feira (23/10), mas a oitiva acabou suspensa porque ainda não havia autorização judicial. Agora, com a decisão de Moraes, a PF já pode marcar o novo encontro com o ex-secretário.

Fonte: Metrópoles

Iphan e Ibram vão recuperar obras de arte danificadas por terroristas

No dia seguinte à depredação das sedes dos Três Poderes por terroristas, o governo convocou restauradores de obras de arte de todo o país para recuperar itens danificados. Nesta tarde, o Ministério da Cultura faz uma reunião para requisitar servidores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) com conhecimento em restauração.

Segundo especialistas ligados ao Palácio do Planalto, a recuperação da maioria das obras é possível, mas existem casos em que a restauração será muito difícil.

Ontem (8) à noite, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, determinou que o Iphan fizesse uma diligência para avaliar a destruição no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal e nos demais espaços tombados.

“O mundo assiste, estarrecido, à violência do terrorismo de extrema direita contra o estado democrático brasileiro. A dilapidação do patrimônio público e da consciência livre do nosso povo não será tolerada. Os culpados serão identificados e rigorosamente punidos na forma da lei”, postou a ministra na rede social Twitter.

Hoje, o Palácio do Planalto divulgou a relação preliminar das obras vandalizadas pelos radicais. Segundo o Palácio, ainda não é possível avaliar todos os danos causados ao mobiliário e as pinturas, mas existem obras importantes danificadas no térreo, no segundo e no terceiro andar.

As principais obras danificadas no Planalto são as seguintes:

No andar térreo:
•        Pintura Bandeira do Brasil, de Jorge Eduardo, de 1995 — o quadro, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
•        Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.

No 2º andar:
•        O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.

No 3º andar:
•        Obra As Mulatas, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanhos. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até cinco vezes maior em leilões.
•        Obra O Flautista, de Bruno Giorgi — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil.
•        Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
•        Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
•        Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
•        Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do século 17 foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.

Segundo o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, será possível recuperar a maioria das obras vandalizadas, mas ele estima como “muito difícil” a restauração do relógio do século 17.

Confira a matéria completa na Agência Brasil.