Embora os “patrões” digam que é considerada uma “pessoa da família”, uma idosa passou 40 dos seus 78 anos de idade trabalhando como empregada doméstica sem receber remuneração, sem ter férias ou folga. Ela foi resgatada das condições de trabalho análogo à escravidão esta semana em Fortaleza. Conforme representante da Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará, a idosa tinha uma aposentadoria rural — por ter trabalhado na agricultura anteriormente — que era recebida pelos “patrões”.
“Pela dinâmica do resgate, foi necessário chamar a equipe psicossocial, porque ela não se sentia nessa situação de escravidão, ela se sentia da família. Diante disso, a gente foi acionado”, explica Jalmi Teles, articulador do eixo de combate ao trabalho escravo da Secretaria.
Ele conta que, inicialmente, ela não queria sair da casa dos patrões. Após o trabalho dos profissionais de assistência social e psicologia, ela saiu da residência para ir para um abrigo. “Não tem como você desconsiderar um vínculo afetivo existente, né? Ela anulou a vida dela pra vivenciar todas as fases da vida nessa família. Inclusive, na criação dos filhos daquela família. Ela abdicou de construir a família dela, de ter a vida dela”, afirma.
Fonte: O Povo