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Descoberta de bunker do tráfico escancara proximidade de ONGs com o crime organizado

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A descoberta, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, de um bunker construído dentro da sede da ONG Multiplicação Social, que mantinha articulação com políticos, artistas e empresários para viabilizar sua atuação em uma comunidade na Zona Norte da capital fluminense, trouxe novamente o debate sobre a cumplicidade de algumas organizações não governamentais com o narcotráfico.

Na operação policial, realizada na sexta-feira (19), foram presas 17 pessoas ligadas ao tráfico e apreendidos 17 fuzis, uma arma calibre .50 e farta quantidade de munição, granadas e drogas. Somente o armamento apreendido foi avaliado em R$ 1 milhão pela Polícia Civil. No bunker havia uma porta automatizada, acionada por controle remoto, e dois cômodos para permitir que os criminosos permanecessem no local por períodos prolongados.

Em coletiva de imprensa, agentes envolvidos na operação afirmaram que os responsáveis pela entidade mantêm ligação com o tráfico local e abordaram a ligação de parte das ONGs fluminenses com o crime organizado. “É muito importante destacar dois pontos: primeiro, para quem tinha dúvidas de que algumas ONGs estão diretamente ligadas ao narcotráfico, essa operação de hoje acaba de espantar qualquer dúvida. A ONG realizava algumas atividades próprias de organizações não governamentais justamente para camuflar seu verdadeiro viés, que era esconder armamento do tráfico e esconder procurado da Justiça”, disse o delegado Marcos Amim, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

O delegado também reforçou a importância das operações policiais para coibir o avanço do crime organizado no estado. Desde 2020, uma série de ONGs têm encabeçado uma ofensiva no Supremo Tribunal Federal (STF), junto a partidos como PSB, PT e PSOL, pedindo uma série de restrições à presença da polícia nas comunidades do Rio de Janeiro.

Fonte: Gazeta do Povo

 

 

O tráfico negreiro mudou a rota dos tubarões

Por: Matheus Henrique (@mateushenriquedpe)

Muitos livros já foram escritos sobre os milhões capturados na África, embarcados à força em um navio, arrematados como mercadoria qualquer num leilão do outro lado do oceano.

Você sabia que o tráfico negreiro mudou a rota dos tubarões? Eram tantos escravizados jogados ao mar que alterou o comportamento dos tubarões, eles iam junto as rotas dos navios negreiros. Durante mais de três séculos e meio, o Atlântico foi um grande cemitério de escravos. Em 1805, um brigue sob o comando do capitão Félix da Costa Ribeiro partiu da região de Biafra com 340 escravos, dos quais 230 morreram nos 40 dias até Salvador. Esse navio sozinho, teria lançado ao mar entre cinco e seis cadáveres POR DIA. Havia os casos mais sanguinários, onde os escravizados eram lançados ainda com vida, como punição e impor medo aos demais que estivessem planejando desobedecer. Sobretudo, morria-se de doenças como disenteria, febre amarela, varíola e escorbuto. Morria-se de suicídio – escravos que, tomados pelo desespero, aproveitavam-se de um descuido dos tripulantes, subiam à amurada das embarcações e jogavam-se ao mar.

Os cadáveres eram atirados sobre as ondas, sem pensar duas vezes, para serem imediatamente devorados por tubarões e outros predadores marinhos.

Segundo inúmeras testemunhas da época, mortes tão frequentes e em cifras tão grandes fizeram com que esses grandes peixes mudassem suas rotas migratórias, passando a acompanhar os navios negreiros na travessia do oceano, à espera dos corpos que seriam lançados sobre as ondas e lhes serviriam de alimento. Esses rituais eram parte da rotina a bordo.