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Projeto Prosa do Instituto de Ciências Biológicas realizou ação de combate a incidentes com tubarões

A Universidade de Pernambuco (UPE) iniciou no último sábado as atividades em torno das ações que buscam combater os incidentes com tubarões nas praias da região metropolitana do Recife.

Após as discussões do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões, docentes e pesquisadores da Universidade voltaram parte dos seus projetos para colaborar com as atividades programadas pelo governo do estado de Pernambuco.

Os integrantes do projeto de sensibilização ambiental atuaram com orientações na praia de piedade com objetivo de dialogar com os banhistas e Comerciantes sobre os riscos na região mais detalhes do www.upe.br.

Governo de Pernambuco anuncia investimento inicial de R$ 2 milhões e ações de pesquisa e prevenção a incidentes com tubarões

Foto: Américo Nunes

O Governo de Pernambuco anunciou um investimento inicial de R$ 2 milhões para ser aplicado em ações de prevenção aos incidentes com tubarões em toda a costa da Região Metropolitana do Recife (RMR). O anúncio foi feito durante reunião do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), liderada pela vice-governadora Priscila Krause e pela secretária estadual de Meio Ambiente, Ana Luiza Ferreira, na tarde desta quinta-feira (9), no Palácio do Campo das Princesas.

“A reunião de hoje é mais um importante passo do Governo do Estado para avançar nas ações de forma articulada para que tenhamos resultados de curto, médio e longo prazos. É de extrema importância a participação efetiva dos municípios para que possamos garantir investimentos nas suas cidades e atuar de maneira conjunta”, afirmou a vice-governadora Priscila Krause.

Do montante total, pouco mais de R$ 1,5 milhão virá do Porto de Suape, que desde julho de 2021 integra o Projeto Megamar em parceria com a Fundação Apolônio Salles (Fadurpe) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Os cerca de R$ 500 mil restantes serão investidos por meio da Secretaria de Ciência e Tecnologia, através de edital da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). O valor será aplicado em estudos para políticas públicas para prevenção e mitigação de incidentes com tubarões e invasões do peixe-leão em Pernambuco.

Com o aporte financeiro de Suape será possível iniciar a segunda fase do Projeto Megamar, desta vez em uma região que vai além da zona portuária. O estudo prevê a instalação de cerca de dez receptores acústicos na área de estudo, além de outros dez nas raias da Região Metropolitana do Recife. As pesquisas ainda incluem 24 expedições para captura e marcação de tubarões das espécies tigre, cabeça-chata e galha preta, além da aplicação de 30 receptores acústicos e 32 ações de educação ambiental, entre palestras, exposições e campanhas com banhistas.

A ampliação da iniciativa, que deve ocorrer em até três meses, vai possibilitar a avaliação da densidade de tubarões em quase todas as áreas onde há maior chance de registros de ataques. “Esse projeto atua no trecho em frente ao Porto de Suape, mas será ampliado até Olinda. Ficamos felizes pelo empenho do Governo do Estado em apoiar, inclusive com recurso, o monitoramento e todo esse trabalho e conscientização ambiental em prol da população”, comentou o professor da UFRPE e supervisor científico do Projeto Megamar, Paulo Oliveira.

De maneira imediata serão realizadas a substituição e o incremento de placas de sinalização que alertam sobre a presença de tubarões na faixa litorânea do Grande Recife e a intensificação do patrulhamento através de sobrevoos de helicóptero. O Corpo de Bombeiros também irá iniciar o treinamento dos guarda-vidas municipais para aumentar o efetivo nas praias e disponibilizar pronto atendimento a possíveis vítimas de mordidas de tubarão.

“A partir de amanhã já iremos aumentar nosso efetivo de fiscalização e orientação aos banhistas e trocar as placas de sinalização. Também contaremos com o reforço de 20 guardas civis municipais na orla”, comentou o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros. 05, completou o prefeito de Olinda, professor Lupércio.

O tráfico negreiro mudou a rota dos tubarões

Por: Matheus Henrique (@mateushenriquedpe)

Muitos livros já foram escritos sobre os milhões capturados na África, embarcados à força em um navio, arrematados como mercadoria qualquer num leilão do outro lado do oceano.

Você sabia que o tráfico negreiro mudou a rota dos tubarões? Eram tantos escravizados jogados ao mar que alterou o comportamento dos tubarões, eles iam junto as rotas dos navios negreiros. Durante mais de três séculos e meio, o Atlântico foi um grande cemitério de escravos. Em 1805, um brigue sob o comando do capitão Félix da Costa Ribeiro partiu da região de Biafra com 340 escravos, dos quais 230 morreram nos 40 dias até Salvador. Esse navio sozinho, teria lançado ao mar entre cinco e seis cadáveres POR DIA. Havia os casos mais sanguinários, onde os escravizados eram lançados ainda com vida, como punição e impor medo aos demais que estivessem planejando desobedecer. Sobretudo, morria-se de doenças como disenteria, febre amarela, varíola e escorbuto. Morria-se de suicídio – escravos que, tomados pelo desespero, aproveitavam-se de um descuido dos tripulantes, subiam à amurada das embarcações e jogavam-se ao mar.

Os cadáveres eram atirados sobre as ondas, sem pensar duas vezes, para serem imediatamente devorados por tubarões e outros predadores marinhos.

Segundo inúmeras testemunhas da época, mortes tão frequentes e em cifras tão grandes fizeram com que esses grandes peixes mudassem suas rotas migratórias, passando a acompanhar os navios negreiros na travessia do oceano, à espera dos corpos que seriam lançados sobre as ondas e lhes serviriam de alimento. Esses rituais eram parte da rotina a bordo.

Entenda o que leva a costa pernambucana a ter tantos ataques de tubarões contra banhistas

Uma combinação do relevo com diferentes ações humanas fizeram da costa pernambucana, especialmente no litoral de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, uma área perigosa para o banho por conta dos constantes ataques de tubarão.

Pesquisas do biólogo André Sucena Afonso apontaram que a construção do Porto de Suape, nos anos 1980, é um dos fatores que pode explicar os ataques. Para a construção do empreendimento, foi necessário a barragem de rios e redução dos estuários, um ambiente aquático de transição entre um rio e o mar que é bastante frequentado pelo tubarão-cabeça-chata para reprodução e caça.

Além disso, é conhecido o hábito dos tubarões de seguirem os navios. Na área, eles acabam atraídos pelas embarcações que vão em direção ao Porto de Suape e, logo ao sul, já está a Região Metropolitana do Recife, que atrai até a praia pela matéria orgânica presente no oceano, o fluxo estuarino e a pluma de água doce.

É neste momento o relevo das praias da região atua, apontam pesquisadores. Ao G1, o biólogo Leandro Alberto explicou que a praia tem uma profundidade de mais ou menos dois a três metros, e logo após, passando por essa faixa, nós temos uma área de um canal que tem a profundidade de 5,5 metros a 6,5 metros, fazendo com que os tubarões possam entrar nessa área e se alimentar. Esse canal paralelo condiciona o tubarão a nadar junto às praias, evitando o seu afastamento em direção ao mar alto.

“Quando a população utiliza para banho, acontece o descarte de lixo, acontece o descarte de matéria orgânica, de latinhas de alumínio, fazendo com que esses animais tenham essa percepção e, como qualquer animal curioso, vá para o banco de areia” explicou Alberto, ao G1.

Nesta segunda-feira, uma mulher sofreu um ataque enquanto tomava banho de mar na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes (PE), no Grande Recife, um dos mais perigosos pontos de banho da região. O caso aconteceu apenas um dia depois que um adolescente foi mordido por um tubarão a apenas um quilômetro dali.

Além disso, em Olinda, também no Grande Recife, houve o caso de um surfista mordido na perna por um tubarão em 20 de fevereiro. Ele recebeu alta após passar 10 dias no Hospital da Restauração.

Fonte: Extra