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Levantamento aponta 1171 casos de violência contra defensoras e defensores de direitos humanos nos últimos quatro anos, Pernambuco é o 4º estado com maior número de violações

Luta territorial e ambiental são as maiores motivações das violências; estado de Pernambuco registrou 100 casos de violações e 06 assassinatos no período

A vida de defensores de direitos humanos corre, constantemente, um grande perigo segundo o estudo “Na Linha de Frente: violência contra defensores e defensoras de direitos humanos no Brasil”. A pesquisa desenvolvida pelas organizações Terra de Direitos e Justiça Global registrou os casos de violência contra quem defende direitos no Brasil ao longo de todo o governo do ex-presidente da república Jair Bolsonaro (PL), 2019 a 2022. Os dados alarmantes apontam 1171 casos de violência, sendo 169 assassinatos e 579 ameaças. Os dados mostram o acirramento de conflitos territoriais e ambientais no país, com casos registrados em todos os estados brasileiros. Em Pernambuco, foram registrados 06 assassinatos e 100 caso de violações contra defensores e defensoras de direitos humanos, a exemplo do caso da técnica de enfermagem e ativista LGBTQIA+, Fernanda Falcão, que foi ameaçada de morte por denunciar um espaço de prostituição na cidade Abreu e Lima, no Grande Recife. Atualmente, ela está incluída no programa estadual de proteção aos defensores e defensoras dos direitos humanos de Pernambuco.

O estudo considerou casos de violência contra defensoras e defensores de direitos humanos que aconteceram como forma de impedir a reivindicação e defesa de direitos. As violências foram categorizadas em oito tipos: ameaça, agressão física, assassinato, atentado, criminalização, deslegitimação, importunação sexual e suicídio. Foram considerados episódios de violência registrados em todo o território brasileiro. Além disso, o levantamento considerou casos de violência individuais e contra coletivos, como por exemplo ataques contra povos indígenas e quilombolas. Bruno Pereira, Dom Phillips, Dilma Ferreira, Fernando Araújo dos Santos, Paulo Paulino Guajajara são alguns dos 169 defensores de direitos humanos assassinados ao longo dos último 4 anos. A maior parte dos assassinatos foi provocada por arma de fogo (63,3%, se somadas as categorias tiro e múltiplos tiros).

Em 11 dos assassinatos, há referência à sinais de tortura encontrados no corpo da ou do defensor morto. No caso do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari (AM), em junho de 2022, ambos foram emboscados e mortos quando viajavam de barco pela região. Segundo as investigações, eles foram assassinados a tiro, queimados e enterrados. O crime teria sido motivado pelo trabalho desempenhado por Bruno na denúncia de pesca ilegal em território indígena.

Os dados do levantamento destacam que defensores indígenas foram alvos de grande parte das violências sofridas por defensores de direitos humanos: 346 casos, sendo 50 assassinatos e 172 ameaças. O quadriênio foi marcado pela adoção de uma política anti-indígena pelo governo federal e aumento da invasão e exploração dos territórios tradicionais pelo garimpo, desmatamento e agronegócio.

Na avaliação do coordenador executivo da Terra de Direitos, Darci Frigo, os dados são reflexo de um período em que atacar defensoras e defensores de direitos humanos era política de governo. “O governo de Jair Bolsonaro elegeu, indígenas, quilombolas, povos e comunidades tradicionais e sem-terra como inimigos centrais da sua estratégia de governo. Tudo isso com ataques diretos aos seus direitos constitucionalmente assegurados”, destaca. E acrescenta: “Ao mesmo tempo, [o governo Bolsonaro] realizou um desmonte das políticas públicas de demarcação de terras indígenas, foi conivente com o desmatamento e invasão das terras indígenas por grileiros e fazendeiros, apoiou o armamento e a mineração. E toda essa situação se manteve impune ao longo desses quatro anos de governo”.

Ameaças

A ameaça é o tipo de violência com maior número de ocorrência nos dados coletados pela pesquisa. O levantamento aponta 579 ocorrências nos quatro anos. Apesar de homens cisgênero serem vítimas de 45,3% dos casos de ameaça registrados, a pesquisa identificou que mulheres cisgênero tendem a sofrer mais esse tipo de violência do que outros tipos.

Nos casos em que foi possível identificar que uma mesma pessoa foi vítima de mais de um episódio de violência durante o período analisado, percebeu-se que a ameaça é o tipo de crime mais recorrente, pois quando não são investigadas, tendem a se repetir e até se agravar. A pesquisa aponta diversos casos emblemáticos em que as ameaças são constantes, acirram os conflitos e, em alguns casos, resultaram em mortes.

Boletim Policial: Ameaça por violência doméstica é registrada em Salgueiro

Policiais Militares do 8º BPM, durante a Operação Sertão Seguro, foram solicitados pela vítima, a qual relatou que seu irmão é usuário de drogas e foi até a sua residência, deu vários chutes na porta, correu atrás dela e lhe ameaçou.

Diante do exposto, as partes foram encaminhadas à DPC, para adoção das medidas cabíveis.

Após suposta ameaça, pais protestam por segurança em escola tradicional de Arcoverde

Pais de alunos do Colégio Cardeal Arcoverde realizam manifestação na tarde desta segunda por mais segurança nas escolas.

Na onda de ameaças desencadeadas após o episódio de Blumenau,  um aluno escreveu no banheiro da escola que ocorreria um massacre.

A mensagem assustou pais e mães que procuraram, desde que a notícia surgiu, a coordenação e direção da escola. Aparentemente,  trata-se de uma molecagem de algum aluno, mas isso não tem tranquilizado os pais.

Segundo a empresária Mayanne Kionara (em detalhe na foto), mãe de aluno, há coincidências entre a ameaça de Arcoverde e a que aconteceu em Tacaratu.  “Nós, mães e pais, ficamos desesperados com a falta de respostas”. A vendedora Edianne Karla defende a manifestação.  “Se foi uma brincadeira ou não,  não vamos pagar pra ver. Acreditamos no Colégio,  mas queremos respostas”. Os vídeos foram publicados pelo Arcoverde On Line.

Pais e mães estarão à partir de uma da tarde vestidos de branco em frente à escola.

O Colégio Imaculada Conceição,  um dos mais tradicionais de Arcoverde, ligado à uma comunidade vicentina católica,  já havia informado em nota que estará reforçando a segurança.  Antes, afirmou estar convicta tratar-se de brincadeira de mau gosto.

“Nos mantemos atentos e vigilantes às mais diversas e diferentes circunstâncias que acontecem no Colégio, agindo sempre com prudência e seriedade. Não podemos, portanto, permitir que qualquer ato impensado de uma criança venha a desnortear as nossas atividades”.

 

Fonte: Nill Júnior

 

Mãe matou filhas envenenadas, afogadas e depois a facadas em Goiás

Uma mulher de 30 anos admitiu à Polícia Militar ter matado as duas filhas, de 6 e 10 anos, na área de sua casa, em Edéia, no sul de Goiás, a 129 km de Goiânia, na manhã de terça-feira (27/9). Segundo o delegado Daniel Moura, ao ser presa em uma mata, Izadora Alves de Faria afirmou ter envenenado, afogado e depois ter dado uma facada na filha caçula, Maria Alice, e outra na primogênita, Lavínia.

De acordo com a investigação, o crime foi praticado por volta das 9h. O pai das meninas encontrou os corpos na área ao chegar à casa no horário do almoço. A mulher foi presa às 22h em uma mata fora da cidade, e foi levada para um hospital, de onde recebeu alta nesta quarta-feira (28/9). Ela deve ser interrogada na delegacia ao longo do dia.

O delegado disse ao Metrópoles que na casa havia um frasco de veneno para rato aberto e outro fechado, uma caixa d’água cheia com uma extensão elétrica ligada dentro, como se a acusada tivesse a intenção de eletrocutar as filhas. A mulher não disse a motivação do crime ao ser presa.

“Os corpos das vítimas estavam na área da frente da casa, em cima de um colchão e cobertos por um lençol, com sinais de lesão por arma branca [faca]. Cada uma estava com um ferimento na região do tórax”, afirmou o delegado. O casal vivia na residência com as crianças.

De acordo com Moura, o pai das meninas encontrou as duas mortas ao chegar em casa para levar alimentos. “Ele está totalmente abalado por causa das circunstâncias do crime. Está perplexo”, contou o delegado.

“Ele [o pai] se deparou com o portão trancado, mas disse que estranhou porque tinha deixado o portão aberto. Ela [Izadora] não respondeu, e ele ficou meia hora chamando do lado de fora. Quando conseguiu entrar, ele viu na área um colchão e um cobertor por cima. Ao perceber os sinais de sangue, tirou o cobertor e viu as duas filhas mortas”, relatou Moura.

O delegado diz que a linha de investigação está bem adiantada, considerando a forma como o crime foi praticado e “a faca utilizada para matar as meninas”. Moradores relataram aos policiais que a relação do casal era “conturbada” e que ela havia iniciado tratamento psicológico, mas que suspendeu há alguns meses.

A polícia deve ouvir mais testemunhas para concluir a investigação. “Caso não surja algum fato novo e a situação se desenrole no caminho de investigação traçada, a mãe será indiciada por duplo homicídio com causa de aumento de pena por ser mãe e as crianças serem menores de 14 anos. Se for condenada, pode pegar até 100 anos de prisão”, explicou o delegado.

Metrópoles não encontrou contato do pai das crianças e da defesa da mulher até o momento em que este texto foi publicado, mas o espaço segue aberto para manifestações.