A senadora Teresa Leitão (PT-PE) apresentou no Senado um projeto de lei para inscrever o nome das heroínas de Tejucupapo no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, localizado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.
Ao justificar o projeto, a senadora destaca que o processo de reconhecimento das mulheres na construção do país precisa se ampliar. E lembra que a batalha de Tejucupapo foi a primeira no país que teve as mulheres como protagonistas.
“A lembrança de Tejucupapo fortalece o significado da luta coletiva das mulheres por sobrevivência, contra retrocessos e por mais direitos. A valorização desse episódio, que é motivo de orgulho para Pernambuco e para o Brasil, ajuda a resgatar o lugar da mulher na história, na luta por liberdade e pela transformação da sociedade”, afirma a senadora.
A batalha de Tejucupapo ocorreu em abril de 1646, no período de dominação holandesa. De acordo com os registros da época, os holandeses queriam saquear Tejucupapo e escolheram o horário em que poucos homens estariam no povoado. Eles não contavam que a resistência fosse comandada pelas mulheres, que lutaram bravamente e conseguiram derrotar uma tropa de cerca de seiscentos holandeses. Lideradas por Maria Camarão, Maria Quitéria, Maria Clara e Maria Joaquina, as mulheres usaram panelas, paus, água fervente, pimenta, tudo o que tinham à mão. E assim venceram a batalha.
Apesar dos registros históricos, foi sobretudo por via oral que essa batalha foi transmitida de geração em geração. E assim permaneceu na memória e no imaginário popular. Tejucupapo, hoje, é um distrito de Goiana, cidade da mata norte de Pernambuco.