A empresa Infra S.A. desclassificou o consórcio liderado pela Nova Engevix Engenharia e Projetos da licitação que vai escolher uma empresa para fazer o projeto básico e o executivo do trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Bruno Veloso, diz estar “preocupado” e argumenta ser necessário uma nova mobilização das entidades empresariais e políticas para acompanhar a licitação e o andamento deste projeto.
“Pelo que estamos acompanhando, as empresas estão sendo desabilitadas por causas técnicas, como por exemplo, não terem dentro da coordenação um profissional habilitado em projeto de terraplenagem e superestrutura com 10 anos de experiência na área ferroviária. Com o histórico de obras ferroviária que temos, não é fácil encontrar um profissional com 10 anos de experiência”, afirma Bruno. Com exceção do Estado da Bahia, o Nordeste passou quase 10 anos sem ter obras ferroviárias.
Ele também cita que a licitação vai dar preferência à empresa que utilize o sistema Building Information Modeling (BIM), “o que não é tão usual” entre as empresas do setor. O outro fator preocupante da concorrência é o tempo longo para a entrega dos projetos que é de 18 meses mais um prazo de seis meses para o acompanhamento do projeto, totalizando 24 meses.
Bruno argumenta que dois anos é um prazo muito longo e que não se pode esperar dois anos para licitar as obras da ferrovia. Ele defende que empresa vencedora (da licitação) entregue o projeto por partes e que a licitação das obras ocorra logo depois que os projetos destes trechos fiquem prontos.
A atual licitação está sendo realizada pela empresa Infra S.A., que pertence ao governo federal. Na concorrência, a abertura das propostas ocorreu no último dia 20 de maio. Com a desclassificação da terceira colocada, agora a Infra vai analisar a documentação da quarta colocada, que é a KL- Serviços de Engenharia – que colocou o preço de R$ 19,8 milhões para fazer o serviço. A primeira colocada na concorrência que foi a Geosistemas faria o serviço por R$ 12,4 milhões.
A Infra informou que só vai se pronunciar quando todo o processo de licitação for concluído. Ninguém sabe quando isso vai ocorrer, porque têm que ser cumpridos todos os prazos estabelecidos no edital e as empresas também podem pedir para aumentar o prazo estabelecido para a comprovação da documentação, além de recursos que também podem elastecer estes prazos.
Fonte: Movimento Econômico