Os três suspeitos presos por receptação de uma pedra de esmeralda de 120 quilos, avaliada em R$ 3,5 milhões, foram libertados pela Justiça, após audiência de custódia, afirmou a Polícia Civil.
Eles ficarão em liberdade provisória mediante o cumprimento de medidas cautelares, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica.
Essa pedra valiosa foi roubada de um apartamento em Boa Viagem,
na Zona Sul do Recife.
Ainda, segundo a polícia, a peça seria vendida por criminosos por um valor abaixo do mercado, cerca de R$ 1,5 milhão.
A comercialização, de acordo com a corporação, aconteceria no exterior.
As informações sobre o caso da pedra de esmeraldas foram repassadas pela polícia, nesta quinta-feira (30), em entrevista coletiva, na sede operacional da Polícia Civil, no bairro da Boa Vista, na área Central do Recife.
Segundo os investigadores do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), a pedra é de origem de Goiás.
Ela foi comprada por um empresário que investe em pedras preciosas e joias.
A peça estava com toda a documentação regular na Agência Nacional de Mineração (ANM).
Conhecida no mercado como “Canga de Esmeralda”, ela seria vendida pelos três receptadores para um comprador que ainda não foi identificado pela polícia.
Os investigadores informaram que a pedra foi recuperada, na terça (28), no momento em que os três suspeitos presos estavam levando a peça para um hotel de luxo, na Rua Barão de Souza Leão, em Boa Viagem.
Os suspeitos presos, um de 54 anos, e os outros dois de 45 anos, foram autuados por receptação qualificada e associação criminosa.
Todos fazem parte de uma organização criminosa especializada no roubo e receptação de pedras preciosas.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Diego Jardim, o grupo também é investigado por participação em outro caso de roubo deste tipo de pedra preciosa, na Paraíba, há dois meses.
Como foi o roubo
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Diego Jardim, a pedra preciosa foi roubada no dia 22 de abril, em um apartamento, em Boa Viagem.
A peça servia de decoração no imóvel do empresário dono da peça. Em depoimento, ele disse à polícia que recebeu uma oferta para vender o objeto e que recebeu dois homens para avaliar a peça.
Esses supostos avaliadores, na verdade, eram assaltantes, que contaram com o apoio de um terceiro suspeito. O grupo anunciou o assalto e rendeu o empresário, mantido em cárcere privado em casa, amarrado com “enforca gato” nos pés e nas mãos.
Os suspeitos fugiram do local levando a pedra preciosa, que pesa cerca de 120 quilos. Todos os três assaltantes ainda não foram identificados pela polícia,
Após o roubo, segundo o delegado Diego Jardim, a investigação concentrou-se, inicialmente, nos suspeitos de receptação, em que eles foram identificados e por meio de inteligência policial a pedra preciosa foi rastreada.
“A pedra após ser roubada foi levada para uma residência, onde ficou armazenada para ser posteriormente vendida. O intuito dos criminosos era vender a pedra para compradores especializados. Esses três suspeitos presos tinham esse conhecimento nesse tipo de peça preciosa. Conseguimos identificar que no dia 24 deste mês, a pedra seria vendida, e avançamos na investigação e conseguimos identificar que ela seria transportada para um hotel de luxo, no dia 28. Daí, fizemos campana e identificamos que a peça estava na caçamba de uma caminhonete, onde todos os três suspeitos de receptação foram presos em flagrante”, disse o delegado.
Investigações
Ainda segundo Jardim, todos sabiam que estavam transportando a pedra e sabiam que o objeto iria ser vendido.
“Todos passaram por audiência de custódia e foram soltos por meio de medida cautelar com uso de tornozeleira eletrônica”, explicou.
Ele acrescentou que as investigações continuam para que os assaltantes sejam identificados e não descarta que outras pessoas estejam envolvidas no esquema.
Fonte: Diário de PE