Tudo o que você precisa saber sobre o risco de câncer associado ao consumo de adoçante artificial, carne processada e bebida alcoólica, segundo dados da OMS
Um dos adoçantes artificiais mais comuns do mundo, o aspartame deve ser declarado como possível cancerígeno pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês), que é ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS).
O aspartame é um adoçante artificial que tem sido alvo de muitas pesquisas ao longo dos anos. Alguns estudos sugerem que o consumo de aspartame pode estar associado a um maior risco de câncer.
A Iarc recomenda ainda evitar a carne processada e limitar o consumo de carne vermelha, como forma de prevenção de câncer de intestino e de estômago. Além disso, a instituição alerta que beber álcool pode estar relacionado à causa de vários tipos de câncer.
A nutricionista funcional Cris Ribas Esperança destaca que a alimentação é um dos fatores mais importantes quando se trata de prevenção do câncer. Alguns alimentos podem aumentar o risco de desenvolver a doença, enquanto outros podem ajudar na prevenção.
Um estudo publicado em 2018 no Journal of the American Medical Association (JAMA) avaliou a associação entre a qualidade da dieta e o risco de câncer. O estudo descobriu que uma dieta rica em vegetais, frutas, grãos integrais e leguminosas estava associada a um risco menor de câncer, enquanto uma dieta rica em carnes processadas, açúcar e alimentos refinados estava associada a um risco maior de câncer.
Além disso, observa-se que a obesidade e o sobrepeso estão associados a um aumento do risco de vários tipos de câncer, incluindo câncer de mama, cólon, rim, pâncreas e outros. Uma dieta rica em alimentos vegetais pode ajudar a manter um peso saudável e reduzir o risco de obesidade.
Dados e estatísticas
– O câncer é uma das principais causas de morte em todo o mundo, mas até 50% dos casos poderiam ser prevenidos com mudanças no estilo de vida, incluindo a dieta.
– Estima-se que o consumo de carnes processadas aumente o risco de câncer de intestino em até 18%.
– O consumo excessivo de álcool é responsável por cerca de 4% dos casos de câncer em todo o mundo.
Alimentos a evitar
– Carnes processadas: salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru ou blanquet de peru devem ser evitados ao máximo possível. “Esses alimentos contêm aditivos químicos e conservantes, como nitratos e nitritos, que podem se transformar em compostos cancerígenos no organismo.” esclarece Cris Ribas Esperança.
– Carne vermelha: o consumo excessivo de carne vermelha, como carne bovina, suína e de cordeiro, está associado a um maior risco de câncer de intestino. Isso se deve ao fato de que a carne vermelha contém gorduras saturadas e colesterol, além de compostos químicos que podem danificar o DNA das células e aumentar o risco de câncer.
– Aspartame: esse adoçante artificial é encontrado em muitos alimentos e bebidas dietéticas e tem sido associado a um maior risco de câncer em estudos com animais. Embora a evidência em humanos seja limitada, é importante limitar o consumo de aspartame e optar por adoçantes naturais, como estévia ou açúcar de coco.
– Bebidas alcoólicas: Quanto ao álcool, o alerta é que o consumo regular de álcool pode aumentar o risco de vários tipos de câncer, incluindo câncer de boca, garganta, esôfago, fígado, mama e cólon. O álcool pode danificar o DNA das células, aumentar a produção de radicais livres e interferir na absorção de nutrientes, o que pode levar ao desenvolvimento de câncer. Por isso, é importante moderar o seu consumo.
Alimentos a incluir
– Frutas e vegetais: esses alimentos são ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes, que ajudam a proteger as células do corpo contra danos. Além disso, as fibras presentes nesses alimentos ajudam na digestão e na prevenção do câncer de intestino.
– Grãos integrais: arroz integral, quinoa, aveia, trigo integral e outros grãos integrais são ricos em fibras, vitaminas e minerais, além de ajudar a manter o nível de açúcar no sangue estável.
– Leguminosas: feijão, lentilha, grão-de-bico e outras leguminosas são ricas em proteínas vegetais, fibras e outros nutrientes importantes. Além disso, esses alimentos ajudam a reduzir o colesterol e a manter a saúde do coração.
– Água: manter-se hidratado é importante para a saúde geral do corpo, incluindo a prevenção do câncer. Beber bastante água ajuda a eliminar as toxinas do corpo e ajuda na digestão.
– Chás: possuem fitoquímicos naturais, ações bacterecidas, toxificantes e anti-inflamatórios. Porém é importante lembrar que não é adequado tomar em grandes quantidades do mesmo chá, 500 ml por dia é o indicado. Opte por tomar os chás sem adição de açúcares ou adoçantes. Importante lembrar também, de ingerir os chás sempre respeitando os horários, os que produzem mais termogênicos durante o dia e os com efeito calmante pela noite. Exemplo: Termogênicos – Hibisco, chá-verde, chá-mate, gengibre e canela. Calmantes – Camomila, mulungu, maçã, maracujá e erva-cidreira.
Dicas para uma dieta saudável e equilibrada
– Opte por alimentos naturais e minimamente processados, como frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras.
– Evite alimentos processados e industrializados, como salgadinhos, refrigerantes e fast food.
– Escolha alimentos orgânicos sempre que possível, para evitar a exposição a pesticidas e outros produtos químicos.
– Limite o consumo de álcool e evite o tabagismo.
– Pratique atividade física regularmente, pelo menos 30 minutos por dia.
– Busque orientação de um nutricionista funcional para planejar uma dieta adequada às suas necessidades individuais.
“A dieta é um dos fatores mais importantes quando se trata de prevenção do câncer. Alimentos ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes podem ajudar a proteger as células do corpo contra danos, enquanto alimentos processados e industrializados podem aumentar o risco de câncer. É importante adotar hábitos alimentares saudáveis e equilibrados para prevenir várias doenças crônicas, incluindo o câncer”, finaliza a nutricionista funcional Cris Ribas Esperança.