Vereador de Itamaracá é preso em flagrante ao enviar áudios com ofensas homofóbicas e racistas durante discussão em grupo de WhatsApp

O vereador Edielson Beserra Lins (MDB), do município de Itamaracá, no Grande Recife, foi preso em flagrante, nesta quarta-feira (17), por racismo e homofobia. De acordo com a Polícia Civil, ele enviou áudios com ofensas contra uma pessoa durante uma discussão num grupo de WhatsApp.

“Você é uma mulher se passando por homem. Isso aí todo mundo, em Itamaracá, que você é uma mulher. […] Você é maloqueiro e, além do mais, você é ‘viado’. Você é ‘viado’, você dá o ‘caneco’. Isso aí a gente sabe, que você é conhecido como menino de ouro”, disse Lins num dos áudios, aos quais a TV Globo teve acesso.

O crime é inafiançável e o parlamentar foi conduzido para audiência de custódia. O advogado que representa o político, Severino Cirino, disse que houve uma “troca de insultos” entre os dois (veja resposta abaixo).

O delegado responsável pelo caso, Gilmar Rodrigues, contou que os xingamentos começaram depois que a vítima afirmou que o vereador — que foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio qualificado após colidir com um motociclista em outubro de 2022 — já tinha sido preso anteriormente.

“Por conta disso, o vereador passou a ofender a vítima com injúria homofóbica e racista, com palavras de baixo calão, ofendendo a sua dignidade. Foram muito ofensivas as suas palavras, o que levou a vítima a ser ridicularizada”, falou o delegado.

De acordo com Rodrigues, a discussão teve início há alguns dias, mas as ofensas se intensificaram na terça-feira (16).

“A vítima, nesse desespero, foi violentada no seu caráter, na sua intimidade, e despertou um ódio homofóbico na população, em várias pessoas, por conta das palavras do vereador, já que ele é formador de opinião aqui na Ilha de Itamaracá. E isso levou a vítima a temer pela própria vida e pela sua família porque ficou sem condições de transitar dentro da ilha por conta das piadas e das ofensas”, declarou o delegado.

O que diz a defesa do vereador

Procurado, o advogado Severino Cirino, que representa Edielson Beserra Lins, afirmou que o vereador e o outro participante do grupo trocaram insultos.

“Um ficou ofendendo o outro. Inclusive, tem um áudio muito comprometedor aqui, em que ele faz diversas ofensas ao vereador. E vice-versa. Mas o vereador nunca teve a intenção de atingir a sua honra”, informou Cirino.

Fonte: G1/PE

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