Os índices de vitamina D no corpo merecem atenção especial, pois podem beneficiar ou prejudicar a saúde. O problema da deficiência de vitamina D apareceu em mais de 67 mil registros dos atendimentos de Atenção Primária à Saúde, entre janeiro e maio de 2022, segundo o Ministério da Saúde. Mas o excesso dos níveis no organismo também pode fazer mal.
Leandro Cunha, nutricionista clínico no Hospital Santa Marta, explica que a Vitamina D é considerada um hormônio essencial, pois regula o metabolismo ósseo e muscular.
“Ela contribui de uma forma muito positiva na proteção contra distúrbios músculo esqueléticos, doenças infecciosas, participa do processo de melhora da imunidade, prevenção de câncer, doenças autoimunes, cardiovasculares, diabetes e uma série de outras condições patológicas”, completa.
A endocrinologista da Rede D’Or, Gláucia Vieira Ferreira Guimarães, alerta para os riscos da deficiência de vitamina D.
“A deficiência de vitamina D pode levar à elevação secundária do PTH. O paratormônio. E isso pode acelerar a perda óssea, levar a osteopenia, osteoporose e fraturas. Além disso, a elevação do PTH leva à fosfatúria, que é a perda de fósforo na urina. O que pode acelerar a desmineralização óssea, levando à osteomalácia em adultos e ao raquitismo e a osteomalácia em crianças”, conclui a endócrino.
Como todos os nutrientes, vitaminas e minerais, a vitamina D em excesso também pode ser prejudicial à saúde, por causa dos níveis elevados de cálcio no sangue. Perda do apetite, náuseas, vômito, fraqueza e nervosismo são alguns sintomas. Esse excesso também leva ao enrijecimento das artérias, problemas cardiovasculares, além do aumento do risco de formação de pedras nos rins.
Allan César, morador de Sobradinho (DF), procurou ajuda médica após perceber alterações no corpo.
“Eu estava sentindo muita indisposição e meu cabelo estava caindo muito, aí eu fui procurar fazer exames de rotina para saber se tinha alguma coisa e o que estava acontecendo. De restante deu tudo certo, porém acusou falta de vitamina D”, relata Allan.
Para fazer a reposição, o médico de Allan recomendou um suplemento vitamínico e tomar sol com frequência.
Sintomas e tratamentos para a deficiência de vitamina D
A deficiência de vitamina D pode causar dores musculares, fraqueza e dor óssea em pessoas de todas as idades. Os tratamentos consistem na ingestão diária de doses elevadas de vitamina D, geralmente por via oral, durante aproximadamente um mês. Depois desse período, a dose costuma ser gradativamente reduzida até que o organismo chegue aos níveis recomendados.
Sintomas e tratamentos para o excesso de vitamina D
O excesso de vitamina D pode causar perda de apetite, náuseas e vômitos, seguidos de fraqueza, nervosismo e hipertensão arterial. Os tratamentos consistem na interrupção da ingestão de suplementos de vitamina D para compensar os efeitos de níveis elevados de cálcio no sangue. Líquidos são administrados por via intravenosa, conforme necessário.
Quantidade diária recomendada
Alimentos como gema de ovo e sardinha, além de suplementos alimentares, são fontes de vitamina D. Porém, a exposição à luz solar é o principal mecanismo de absorção. O banho de sol é indicado 15 minutos diários para quem tem a pele mais clara. No caso da pele morena ou negra, esse tempo deve ser de 30 minutos a 1 hora por dia. Quanto mais escura a pele, mais difícil é a produção de vitamina D, segundo especialistas.
A melhor hora para tomar sol é aquela em que há maiores níveis de raios (Raios Ultravioleta B) UVB, entre 10h e 16h. É recomendado o uso do protetor com FPS 50, pois são as horas mais quentes do dia.
O complexo D é um nutriente fundamental para os sistemas imunológico, digestivo, circulatório e nervoso. Atua na saúde óssea, no crescimento e desenvolvimento da musculatura.
Caso a exposição ao sol não seja suficiente para obter as quantidades diárias de vitamina D, é preciso consegui-la por meio da alimentação ou de suplementos vitamínicos. Nas crianças com a partir de 1 ano de idade e em adultos saudáveis, a recomendação diária é de 15 microgramas (mcg) de vitamina D. Para pessoas com mais de 70 anos, a recomendação é consumir 20 mcg por dia.
Fonte: Brasil 61