O Grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava, Crystal e Petra, dentre outras, entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio nesta segunda-feira (27).
Nesta terça (28), a 5ª Vara Empresarial da Justiça do Rio deferiu uma medida cautelar para antecipar os efeitos da recuperação judicial pleiteada pelo grupo do setor de bebidas da Região Serrana. A decisão impediu a cobrança de dívidas do grupo e também nomeou os administradores judiciais.
Os administradores serão a Preserva-Ação e o Zveiter Advogados, a mesma dupla responsável pela recuperação fiscal da Americanas.
O grupo enfrenta uma crise de liquidez há 18 meses decorrente da redução de receita, segundo a petição em que pediu recuperação, assinados pelos escritórios Salomão Sociedade de Advogados e Galdino & Coelho.
As dívidas da companhia somam R$ 4,2 bilhões, segundo sua defesa. Desse total, 48% são financeiras e 52% com fornecedores e terceiros.
A Justiça também concedeu ao grupo uma tutela cautelar de urgência que determinou a liberação dos recursos da companhia pelo Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa.
A empresa afirmava que a tutela era urgente para evitar o “iminente estrangulamento do fluxo de caixa”. O conglomerado destaca que o vencimento de uma parcela de R$ 105 milhões de uma operação financeira, que poderia acarretar o vencimento antecipado de toda a dívida, comprometendo o caixa e as operações do grupo de forma imediata.
De acordo com os advogados, “este pedido de recuperação judicial está sendo ajuizado em regime de urgência, para evitar os gravosos e nefastos efeitos que o vencimento de parcela ‘bullet’, no valor de R$ 105 milhões, decorrente da operação em anexo. Essa parcela vence hoje, dia 27.03.2023, e seu inadimplemento provocará o vencimento antecipado das demais operações existentes com a casa bancária, resultando na pronta liquidação dos recursos travados na conta vinculada e tentativa de apropriação dos recebíveis do Grupo Petrópolis que ira o ingressar na referida conta nas próximas semanas”, escreveram a defesa da companhia na petição apresentada à Justiça do Rio.
Ainda de acordo com o Grupo Petrópolis, o aumento dos juros básicos da economia – a taxa Selic que hoje é de 13,75% – vem gerando um impacto de aproximadamente R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa do grupo.
“A combinação desses fatores, exógenos e alheios ao controle das requerentes, gerou uma crise de liquidez sem precedentes no Grupo Petrópolis, que comprometeu seu fluxo de caixa a ponto de obrigá-lo a buscar a proteção legal com o ajuizamento deste pedido de recuperação judicial”, diz trecho da petição.
Fonte: G1