Apenas 8 seleções ganharam a Copa do Mundo. Equipes históricas são sempre as protagonistas das apostas, e campeões internacionais recentes chegam como opções firmes para a conquista da taça no Catar.
O ranking da Fifa, atualizado conforme o desempenho de todos os times, como o resultado das eliminatórias, dos amistosos e torneios em andamento, é um indicador que dá bons elementos para pensar em favoritismo.
Em 2022, a América Latina está de olho no Brasil e na Argentina, invictos na classificação para o Catar e dominantes há anos no continente. Na Europa, a França – atual campeã da Copa do Mundo – e a Bélgica chegam como candidatas.
Com base no desempenho recente, no ranking mundial, elencos e adversários na fase de grupos, aqui estão os principais favoritos para vencer o Mundial:
Brasil
No papel, o Brasil é o favorito absoluto: é o primeiro no ranking oficial da Fifa, foi o primeiro nas eliminatórias da Copa do Mundo da Conmebol de forma invicta (tendo jogado um jogo a menos, junto com a Argentina), com 14 vitórias e três empates, e tem um elenco de luxo, com jogadores experientes em Copas e atletas de alto nível em seus clubes.
Casemiro, Vinícius Júnior, Gabriel Jesus, Fabinho, Éder Militão e Alisson Becker são apenas algumas das estrelas do elenco. Eles serão liderados por Neymar, atacante de 29 anos do PSG.
Tite tem um histórico muito bom com a seleção, experiência e as ferramentas para ser campeão. A seleção perdeu a final da Copa América contra a Argentina em 2021, mas o time ainda é superior aos rivais de plantão e, desde então, não conhece a derrota.
Na Copa do Mundo do Catar, estará no Grupo G, com Sérvia, Suíça e Camarões, o que parece ser uma primeira fase acessível para uma equipe do peso.
É a quarta vez que o Brasil disputa uma Copa do Mundo como líder do ranking mundial, mas não foi campeã em nenhuma delas. Na França, em 1998, perdeu a final contra o time da casa; na Alemanha, em 2006, e na África do Sul, em 2010, foi eliminado nas quartas de final.
Vale ressaltar que o líder do ranking, registrado desde 1994, nunca conseguiu vencer o torneio.
Na Copa da Rússia, em 2018, por exemplo, a líder era a Alemanha, que saiu na primeira fase, na última colocação de seu grupo. A França, que levantou a taça, estava em 7º lugar.
Argentina
O time de Scaloni chega com uma invencibilidade memorável — 35 jogos sem perder —, uma sequência feliz e um time consolidado. É terceiro no ranking mundial, atrás apenas de Brasil e Bélgica, e também se classificou para a Copa do Mundo invicto: 11 vitórias e seis empates.
Pela primeira vez em anos, após uma série de finais com derrotas — uma Copa do Mundo e duas Copas Américas –, nota-se um time compacto, que aproveita o melhor do craque Lionel Messi.
Por sua vez, Messi faz brilhar um plantel de jogadores esplêndidos, como Ángel Di María — autor do gol do título da Copa América 2021 —, Rodrigo de Paul e Lautaro Martínez.
Além disso, a Argentina venceu a Finalíssima contra a Itália, e tem uma base de torcedores apaixonados.
A seleção sul-americana jogará no Grupo C, junto de Arábia Saudita, México e Polônia. Embora estes dois últimos sejam adversários que podem complicar as coisas, a Argentina deve superar essa primeira fase sem grandes dificuldades.
França
A França é a atual campeã, e grande parte do elenco do título de 2018, na Rússia, ainda está na ativa. Além disso, chega com vários jogadores em grande nível, como Karim Benzema, o grande favorito à Bola de Ouro, e Kylian Mbappé, artilheiro do PSG e uma das principais figuras do título há quatro anos.
Didier Deschamps ainda é o técnico e já tem a fórmula para se tornar campeão. É difícil para uma equipe com Raphael Varane, Lucas Hernández, Aurélien Tchouaméni, N’Golo Kanté e Antoine Griezmann não ter um papel de destaque na Copa do Mundo.
O time europeu também é o atual campeão da Liga das Nações, tendo vencido a Espanha na final de 2021. Porém, na edição deste ano quase foi rebaixada.
Os franceses são cabeça de chave do Grupo D da Copa do Mundo, completado por Austrália, Dinamarca e Tunísia, um dos grupos mais fáceis, em teoria, para um favorito, embora já tenham perdido para a Dinamarca na Liga das Nações este ano.
Apenas duas seleções conquistaram Copas do Mundo consecutivas: a Itália, na década de 1930, e o Brasil, em 1958 e 1962.
A tarefa para a quarta colocada na lista da Fifa não será fácil.
Bélgica
A Bélgica foi a primeira do grupo E na eliminatória europeia, invicta: 6 vitórias e dois empates. Além disso, é a segunda seleção na lista da Fifa.
Apesar de não ter brilhado na Eurocopa de 2021 (eliminada nas quartas de final pela Itália), tem um elenco muito forte: Thibaut Courtois no gol, Kevin de Bruyne como referência no meio-campo e Romelo Lukaku como atacante (e esperando que Eden Hazard recupere o alto nível neste semestre no Real Madrid).
No Catar, vão enfrentar Canadá, Marrocos e Croácia (vice-campeões em 2018) no Grupo F, do qual se espera uma disputa pelo primeiro lugar.
Desta lista de favoritos, a Bélgica é o único país que não tem título mundial.
Espanha
Após o vexame de 2014, o treinador Luis Enrique conseguiu construir uma nova identidade para a La Roja, com jogadores jovens e uma campanha boa nas eliminatórias — seis vitórias, um empate e uma derrota).
A Espanha é a sétima no ranking da Fifa. Na Eurocopa de 2021, foi semifinalista, eliminada pela eventual campeã Itália, e, na Liga das Nações deste ano, está na semifinal. Também em 2021, perdeu a final a Liga das Nações contra a França.
A Espanha lidera o Grupo E do Mundial do Catar 2022 e terá um caminho desafiador contra Alemanha, Costa Rica e Japão.
Alemanha
A campeã de 2014 chega com renovação. Após a era de sucesso de Joachim Löw, Hans-Dieter Flick tem a tarefa de replicar suas vitórias no Bayern de Munique com uma equipe que combina os experientes campeões da Copa do Mundo Manuel Neuer e Thomas Müller e jovens jogadores, como Leroy Sané, Serge Gnabry, Joshua Kimmich e Timo Werner.
A Alemanha está em 11º no ranking da Fifa (atrás da Itália, que não se classificou para a Copa do Mundo), e teve uma campanha para esquecer na Eurocopa do ano passado, sendo eliminada pela Inglaterra nas oitavas de final.
O desafio deste ano é enorme, mas a história e os jogadores mostram que não podem ser ignorados como favoritos. Eles estarão no que, talvez, seja o grupo mais competitivo, o Grupo E, com Espanha, Costa Rica e Japão.
Se conseguirem começar a fase de grupos bem, serão fortes candidatos a vencer o torneio.
Inglaterra
O quinto time da classificação mundial da Fifa foi semifinalista na Copa do Mundo de 2018 e finalista na Eurocopa em 2021.
A Inglaterra passou por uma reinvenção para voltar a ser protagonista de campeonatos internacionais, e tem um time de jovens estrelas com bom nível nos clubes.
O artilheiro, porém, é um dos mais velhos da equipe: Harry Kane, com 29 anos, mas que chega em grande forma. Jack Grealish, Raheem Sterling, Mason Munt e Phil Foden são outros destaques.
A classificação para a Copa do Mundo foi marcante: liderando o Grupo I, com oito vitórias e dois empates, sem derrotas.
Chega, porém, com uma sequência ruim: vem de empate com a Alemanha, derrota com a Itália e goleada pela Hungria na Liga das Nações, torneio em que foi rebaixado como último do grupo A3.
Na Copa do Mundo, eles estão no Grupo B e enfrentarão Irã, Estados Unidos e País de Gales: uma fase inicial interessante, em que os ingleses devem confirmar que, em princípio, são uma equipe superior.
Último ranking da Fifa antes da Copa do Mundo:
- Brasil: 1841,3 pontos
- Bélgica: 1816,71
- Argentina: 1773,88
- França: 1759,78
- Inglaterra: 1728.47
- Itália: 1726,14
- Espanha: 1715,22
- Holanda: 1694,51
- Portugal: 1676,56
- Dinamarca: 1666,57
FONTE: CNN BRASIL