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Maior empresa de energia da China quer ampliar investimentos no Brasil com apoio do Banco do Nordeste

O presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, recebeu, na quinta-feira, 7, na sede do banco, em Fortaleza, visita de representantes do Consulado da China e executivos do grupo chinês CGN Brazil Energy, que recebeu suporte financeiro do BNB.

O cônsul-geral adjunto do Consulado Geral da República da China em Recife, Wang Ke, acompanhou a apresentação dos investimentos asiáticos no setor de energia na Região e falou da intenção de ajudar o Brasil no processo de transformação energética.

“Estamos muito satisfeitos em apoiar os projetos de energia da CGN e contribuir para o desenvolvimento econômico da região. O Banco está comprometido em fortalecer essa parceria e continuar impulsionando o setor de energia renovável no Nordeste do Brasil”, afirmou Câmara.

Segundo o CEO do CGN no Brasil, Yao Zhigang, o objetivo da visita é agradecer o apoio do BNB ao grupo e apresentar novos projetos de expansão. “A gente inaugurou, recentemente, uma nova sede em São Paulo, sinalizando a nossa intenção de continuar investindo no Brasil no futuro”, afirma.

Atualmente, o Banco está presente nos projetos de energia do grupo CGN com financiamentos totais que somam R$ 1,6 bilhão. O projeto mais recente é do parque eólico Tanque Novo, na Bahia, que possui capacidade instalada de 180 megawatts. A participação do BNB nesse projeto é de R$ 200 milhões.

Durante a visita, o grupo apresentou a intenção de ampliar a operação em mais R$ 355 milhões.

Em Pequim, ministra Luciana Santos assina instrumentos internacionais que aprofundam cooperação científica entre Brasil e China

Documentos incluem desenvolvimento conjunto de satélite, cooperação espacial, parceria em pesquisas científicas e na área de Tecnologias da Informação e Comunicação

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, assinou, nesta quinta-feira (14), em Pequim, um acordo com o governo chinês para o desenvolvimento conjunto do satélite CBERS-6, além de dois memorandos sobre cooperação em pesquisa e inovação e sobre cooperação em Tecnologias da Informação e Comunicação. Também foi firmado um plano de cooperação espacial entre Agência Espacial Brasileira e a Administração Espacial Nacional da China. A ministra integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre agenda oficial no país asiático desde 13 de abril.

“A visita da comitiva do presidente Lula estabelece outro patamar das relações entre Brasil e China, com a disposição de fazer uma política de cooperação cada vez mais acentuada. O Brasil está se reinserindo no cenário mundial de oportunidades, com cultura de paz e com uma agenda que defende os interesses nacionais. Hoje, o ponto alto dessa agenda é a assinatura de diversos instrumentos de cooperação científica e tecnológica”, afirmou a ministra.

CBERS -6

Entre os instrumentos assinados está o protocolo que prevê o desenvolvimento, fabricação, lançamento e operação conjunta do Satélite Sino Brasileiro de Recursos Terrestres – CBERS-6. O satélite possui uma nova tecnologia, o Radar de Abertura Sintética (SAR), que vai aperfeiçoar o monitoramento da Amazônia, complementando os dados fornecidos pelos satélites de sensoriamento remoto em operação (CBERS-4, CBERS-4A e Amazonia-1). O maior benefício da tecnologia SAR é a geração de dados em qualquer condição climática e através de nuvens.

“É um desenvolvimento comum de tecnologia. Com os chineses, desenvolveremos uma nova tecnologia de sensoriamento remoto, para além dos sensores óticos, com imagens mais precisas das situações climáticas, sobretudo na Amazônia, que permitirá ver através das nuvens. Essa nova tecnologia tem impacto não apenas em questões climáticas, mas também em áreas como o desenvolvimento urbano e produção agrícola”, ressaltou a ministra.

A estimativa é que o CBERS-6 seja construído e entre em órbita no prazo de 42 meses após a assinatura do acordo, que depende de ratificação pelo Congresso Nacional. O custo do desenvolvimento, fabricação e lançamento do novo satélite é de US$ 51 milhões para cada parte. Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

Cooperação espacial

A Agência Espacial Brasileira e a Administração Nacional do Espaço da China assinaram o Plano de Cooperação Espacial 2023-2032. O documento elenca as atividades bilaterais na área espacial durante os próximos dez anos em áreas que vão da Tecnologia Espacial e Atividades de Lançamento, até treinamento de pessoal, equipamentos de solo e dados de observação da Terra.

Cooperação em pesquisas e TICs

Outros memorandos avançam na cooperação científica, tecnológica e de inovação com a China. O Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Pesquisa e Inovação prevê, por exemplo, a realização de pesquisas conjuntas, mobilidade de pesquisadores, visitas técnicas mútuas e organização de eventos científicos em 16 áreas, que incluem energia limpa, Inteligência Artificial, saúde e biotecnologia, entre outros.

Já o Memorando sobre Cooperação em Tecnologias da Informação e Comunicação inclui o intercâmbio de informações sobre políticas e cooperação entre instituições de pesquisa e empresas do setor de TICs. Além disso, trata da formação e capacitação de talentos e desenvolvimento tecnológico, da inovação e aplicações de tecnologias em áreas como semicondutores, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, 5G e tecnologias quânticas.

 

Em Xangai, Lula tem encontros com empresários em busca de parcerias e inovações

Como parte da agenda de atividades empresariais da viagem da comitiva brasileira à China, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez uma visita ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Huawei, em Xangai, nesta quinta-feira (13/4). Acompanhado do CEO da empresa, Liang Hua, o presidente percorreu amplos salões com telões que retratam algumas das mais recentes conquistas em tecnologia digital e inovação desenvolvidos pela empresa, que atua há 25 anos no Brasil. Lula chegou a experimentar um óculos de realidade virtual.

Na palestra para o presidente, a empresa reforçou o compromisso de trabalhar numa perspectiva de longo prazo para o desenvolvimento sustentável do Brasil, em parcerias com foco em conectividade, inclusão digital, educação, saúde e reindustrialização. A apresentação mostrou, por exemplo, conquistas em projetos de conectividade digital em zonas remotas da Amazônia e ações para conectar escolas públicas e interligar setores de segurança.

“A empresa fez uma apresentação sobre 5G e soluções em telemedicina, educação e conectividade. Um investimento muito forte em pesquisa e inovação”, afirmou Lula por meio de seu perfil no Twitter. Ao longo desse primeiro dia da visita oficial à China, Lula participou da cerimônia de posse de Dilma Rousseff à frente do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS e teve encontros com Wang Chuanfu, CEO da BYD, especializada em veículos elétricos, e com Wang Tongzhou, presidente do Conselho da China Communication Construction Company, maior empresa de construção civil da China.

Ainda nesta quinta, o presidente e a comitiva embarcam para Pequim. Na sexta-feira (14/4), a agenda do presidente na capital chinesa inclui um encontro com o presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji, no Grande Palácio do Povo, uma cerimônia de deposição de flores no Monumento aos Heróis do Povo, na Praça da Paz Celestial, encontro com o primeiro ministro da China, Li Qiang, e finalmente com o presidente chinês, Xi Jinping.

A comitiva brasileira é composta por ministros de estado, pela primeira-dama, Janja Lula, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por parlamentares da Câmara e do Senado e por empresários.

PRINCIPAL PARCEIRO COMERCIAL — O objetivo do governo brasileiro é relançar as relações com seu principal parceiro comercial desde 2009. Em 2022, a China importou mais de US$ 89,7 bilhões em produtos brasileiros, especialmente soja e minérios, e exportou quase US$ 60,7 bilhões para o mercado nacional. O volume comercializado, US$ 150,4 bilhões, cresceu 21 vezes desde a primeira visita de Lula ao país, em 2004.

Cerca de 20 acordos bilaterais devem ser assinados durante a visita. Um deles será para a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites construídos em parceria entre Brasil e China. O diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens.

 

Lula adia viagem à China após diagnóstico de pneumonia leve

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adiou para o próximo domingo (26), por motivos de saúde, a viagem para a China. Segundo o Palácio do Planalto, o chefe do Executivo apresenta um quadro de “pneumonia leve”, identificado na noite de ontem (23). Por conta disso, a agenda do dia desta sexta-feira (24) foi cancelada.
O petista descansa no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República. “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no Alvorada após exames no hospital Sírio Libanês ontem à noite. O presidente está com pneumonia leve e irá, por conta disso, adiar para domingo o início da sua viagem para a China”, informou o Planalto.
A visita de Estado do presidente Lula à China, a convite do presidente chinês Xi Jinping, ganha importância global em meio às incertezas sobre o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, que completou um ano em fevereiro. Mas a expectativa de analistas é de que a pauta econômica e comercial esteja mais em evidência durante a turnê do petista pelas cidades de Pequim e Xangai.
Fonte: Diário de Pernambuco